Dia de vacinação: Ele…e ela

Eis que chegou o dia da vacinação contra a gripe. Fomos todos ao posto. Mamãe, Heitor, Helena e a amiga-vizinha Maria, que também toma a vacina por conta da idade. Ao chegar ao posto, Maria foi a primeira a ser vacinada, até para estimular os pequenos a não terem medo.

Heitor estava todo pirilampo, pulando, brincando, fazendo a irmã sorrir alto dentro do posto. Foi o primeiro a entrar na salinha da injeção. Helena ficou fora, com Maria, brincava e se distraia. Mamãe sentou com Heitor no colo. tentou virar o menino para algum lado que não visualizasse as injeções. Até aí, tudo corria bem. Quando veio a picada e o grito:

AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH.

Nisso ele se mexeu e interrompeu a injeção, cuja aplicação ficou pela metade. A partir daí se deu o stand up do terror com o menino. Ele cambaleava, pulava, se mexia, gritava dentro do posto. A vacina teria de ser refeita, agora com metade apenas. A aplicação se daria novamente, no mesmo braço, mas em outro ponto. Aparece outro medico. Além da mamãe, mais três pessoas para segura-lo. O menino gritava:

SOCORROOOOOOOOOOOOOO.vacina

Quando conseguimos dar a injeção, ele dizia: chega, chega, já deu, babando, obviamente. Um show. Parou o posto.

Mamãe pensou: Deus do céu, e agora a irmã? Ouviu tudo, será a mesma novela dramática.

Heitor saiu da sala. Foi com Maria, chorando. Veio Helena. O médico teve o mesmo raciocínio da mãe e ficou ali, ao lado. A caçula sentou no colo da mamãe. Duas enfermeiras a distraiam. Nem precisava. Ao lado direito, o médico aplicou a vacina. Ela olhou para ele, pra cima, do tipo: “já aplicou”? Médico riu, muito.

Sim, era um olhar de desdém. Dois segundos. Tudo acabou. Todos diziam o quanto ela era forte, e se mostraram absurdamente impressionados, ainda mais pós cena do irmão mais velho.

Uma das enfermeiras –a que Heitor olhou com leve ódio pós vacinação– disse: “Você é linda e muito forte. Parabéns”.

Eis que Helena responde, sem falsa modéstia.

“Eu sei, não dói nada”, sorrindo e fazendo “bruuuu” com a língua pra fora em forma de brincadeira.

E daqui um mês tem a segunda dose….

O pum do Hulk…

hulkHeitor: “Mamãe: você sabia que o Hulk solta pum?”
Mamãe, tentando ser fofa e amenizar para o super herói
“não, filho, não solta. Ele é super herói”.
Heitor, contrariado: “Ele peida sim, mamãe. Ele, o Thor, o Super Homem, o Homem aranha…’tudo’ eles peidam.
Mamãe, sem reação, só podia responder:
“Tá. Então eles soltam pum”.
Heitor: você também, mamãe. Mas o seu não é ‘fedido’.
Eis a questão da Mamãe: ri ou lamenta?

Heitor: consultor e orientação para auto estima

Na volta para casa, uma aula de galanteador mesclado com auto estima elevada.

Heitor: Mamãe, sabia que a Sofia fez um coração pra mim?

Mamãe: Ah é? ela que disse que fez para você?

Heitor: Não, era de massinha. Ela não disse, mas sei que era pra mim.

Mamãe: Mas filho, ela precisa te dar, oferecer.

Heitor: Não, mamãe, a Sofia, a Julia e a Ana Luiza me amammmm (com ênfase no m mesmo)

Mamãe: (rindo) Mas como você sabe disso?

Heitor: Elas adoram quando vou de gel no cabelo. Passa gel no meu cabelo todos os dias?

Mamãe: Claro, filho. Passo. Mais alguma coisa?

Heitor: “pefume”, mamãe. Elas adoram quando “tô cheiroso”. Elas ficam me cheirando.

Mamãe: Tá bom, filho. Mais alguma exigência?

Heitor: não sei o que é esse negócio que você falou, mas ‘pá mim tá bom’.

 

FIM
Em tempo, Heitor tem 4 anos, bem como as amigas citadas.