Logo cedo, Helena chega perto da mamãe e percebe o quanto as duas são parecidas.
O pai da pequena, achando que seria o “espertão”, solta:
Não, você é parecida com o Papai
Donde ela imediatamente saca: NÃO! Sou parecida com a mamãe. Olha ai (e fica lado a lado com a figura maternal).
Papai insistiu em dizer que ele e a filha eram parecidos. O xeque veio:
NÃO! Você tem olho verde igual eu? NÃO! O seu é pLeto (sim, ela troca R por L). PLETTOOO!!
Papai, sem saber o que responder, emudece, e ela prossegue
Meu olho é verde. Olha ai o seu. É PLETO, igual do Heitô. Mas o Heitô é mais bonito.
…
Sem mais.
Ai que, na volta pra casa, dentro do carro, falando sobre o dia de hoje na escola, Heitor diz, absolutamente do nada sobre um fato de 24h atrás:
Em tempo: Vanessa é professora da Helena, mas já ficou com ele dois anos no complementar. Dani é professora dele pelo segundo ano consecutivo.
Bobo esse menino, não?
“Heitorrrrr, eu falei que as minhas amigas brincaram comigo, e não com você”, retrucava a caçula num bate-papo sem pé nem cabeça com o irmão. Mas ele insistia:
“Mas você não comeu todo o lanche que a mamãe mandou”, disse. 
A irmã logo mandou um fora bem moderninho:
“Heitorrrrrr, eu te disse que eu sei do que eu tô falando, entendeu? Babo?”
O irmão começa a rir e disse: “mamãe, a Helena disse babo”
E ela: “qual é, seu menino? Não sabe o que é babo? Babo é…babo!!! Você não entende nada mesmo. Não quero mais falar”, cravou a pequena.
Essa vai dar trabalho….
Criança tem cada pérola que você não sabe se chora ou se ri.
Debate no carro sobre o dia. Heitor teve uma agenda bacana, com vídeo sobre cultura, situação no mundo, doenças que assolam o planeta. Mamãe soube do contexto por mães de amiguinhos, vale frisar. O menino apenas disse:
Se liga, mamãe….
De ontem: Mamãe cozinhando e uma “DR” entre irmãos rolando na sala. Com a autoridade que tenho como mãe –ao menos acho que tenho–, solto uma quase bronca ainda na cozinha.
“ooooopaaa, o que esta acontecendo ai!? Eu vou ter que…”
Mamãe foi interrompida subitamente pela caçula:
“Nada, Mamãe! Nada! Nada! A gente ‘é’ criança e resolve tudo aqui. Não precisa de você. Termina a comida, ‘pufavô'”
e o barulhinho de grilo por parte da mamãe ao final desse post encerra o assunto.
“Mamãe, eu estou com um desenho que a Helo fez pra mim. Eu também gostei de abraçar a Julia. E de brincar com elas. Eu gosto delas, e de todos os meus amigos”, diz o primogênito.
Mamãe parabeniza, diz que o menino tem bom coração e curte ajudar o próximo. Na maior vibe do politicamente correto.
Ai pergunta pra caçula: “E você, filha, gosta dos seus amigos?”
“Só quando as amigas me dão batom. E quando os meninos não me irritam”, cravou a menina de 3 anos e 8 meses.
Sangue da mamãe na veia. Nem precisa de DNA.
Mamãe: Heitor, você soltou pum, meu filho? Que cheiro é esse?
Heitor: Não, mamãe. quando eu solto pum eu “sintiooo” o pum. Faz assim ohh (pruuuuu – simulando com a boca o barulho)…e meu bumbum fica bem quentinho!
Pérola rápida.
Como raramente acontece, papai foi buscar os Hs na escola.
Chegando lá, os pequenos viram o papai e correram para abraçá-lo, eufóricos. Dentro do carro a disputa para ver quem falava mais. Helena, cujo timbre de voz é rouco e eventualmente mais forte, solta a frase em meio às tentativas do primogênito falar:
súbito silêncio…
Papai se manifesta, minutos depois:
🙂